Por: Paola Alexandria Magalhães, Enfermeira e PhD em Ciências pela Universidade de São Paulo – EERP/USP

O câncer de mama é considerado um grande problema de saúde pública. Este câncer é o mais frequente entre as mulheres brasileiras, com cerca de 74 mil novos casos e 18 mil mortes por ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

É importante ressaltar que não é uma causa única que faz com que uma mulher tenha câncer de mama. Há diversos fatores que podem ser considerados fatores de risco para o desenvolvimento desta doença, como: idade acima dos 50 anos, histórico familiar, não ter tido filhos ou ter tido a primeira gestação acima dos 30 anos, ter apresentado a primeira menstruação precocemente, e ter tido menopausa tardia, entre outros. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, alguns estudos sugerem que o uso de contraceptivos orais e de terapia de reposição hormonal também podem estar ligados ao surgimento do câncer de mama.

Além destes fatores de risco, é importante enfatizarmos aqueles fatores que são extrínsecos ao nosso organismo, ou seja, que podemos controlar, como nossos hábitos de vida. Os hábitos de vida estão diretamente relacionados com vários tipos de cânceres, entre eles o câncer de mama. 

A obesidade, o sedentarismo, o uso de tabaco e o consumo de álcool, por exemplo, estão relacionados com o surgimento do câncer de mama. O consumo de álcool acima de 60 gramas por dia está diretamente relacionado com esta doença porque um composto chamado acetaldeído produzido no corpo após o consumo de álcool apresenta potencial carcinogênico e mutagênico, ou seja, podem causar o câncer.

Estudos sugerem que alimentos ultraprocessados são considerados os principais vilões no que se refere ao câncer quando falamos de consumo em excesso e aumento de peso. Estes estudos concluíram que 6,5% das mortes por câncer de mama foram devido ao consumo de bebida alcoólica, pelo sobrepeso e por ter uma dieta rica em açúcar. Dessa forma, alimentos ricos em gorduras, açúcares, tais como refrigerantes, sucos de caixa ou em pó, carnes processadas como presunto, salsicha, salame, mortadela e carne vermelha estão relacionados com o câncer de mama, e por isso, seu consumo deve ser reduzido.

Assim, uma das principais formas de prevenir o câncer de mama é ter hábitos de vida saudáveis como uma alimentação e peso corporal adequados.

Mas como deve ser a alimentação para que possamos prevenir o câncer de mama?

A alimentação deve ser equilibrada com macro, micronutrientes e rica em vitaminas, a fim de combater os radicais livres e diminuir as chances de desenvolver a doença. Estudos sugerem que consumir produtos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, nozes, fortalecem nosso organismo e suas defesas, combatem os radicais livres e assim nos protegem contra o câncer. Além disso, o consumo de alimentos funcionais são primordiais na prevenção do câncer de mama. 

E o que são “alimentos funcionais”? 

Os alimentos funcionais são alimentos que tem como característica oferecer benefícios à saúde devido ao seu alto valor nutritivo na composição química bem como potencial benéfico na redução do risco de doenças crônicas, como o câncer. 

Dessa forma, para prevenção do câncer de mama é importante consumir peixes ricos em ômega 3 (atum, sardinha, salmão), frutas de coloração vermelha (morango, melancia, amora, acerola), pois são ricas em antocianinas, bem como frutas e vegetais de coloração laranja (cenoura, abóbora), consumo de alho, cebola, salsa, manjericão, açafrão, orégano, cúrcuma, azeite de oliva, soja, abacate, repolho e brócolis.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), ter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos podem reduzir a chance de mortalidade por câncer em até 13%. Assim, a alimentação saudável e a prática de atividade física são cientificamente comprovadas para a prevenção do câncer de mama, e investir em práticas saudáveis é essencial para promover sua saúde.