Transtorno Obsessivo Compulsivo: você sabe o que é?

Foto: Andrey Popov

Por: Dra. Paola Alexandria Magalhães / PhD em Ciências Programa Pós-graduação Enfermagem em Saúde Pública – USP

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) pode ser considerado um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado por pensamentos repetitivos ou e/ou imagens e impulsos indesejáveis que a pessoa se sente impulsionada à fazer. Desse forma, alguns estudiosos o definem como transtorno que apresenta obsessões e compulsões frequentes e perseverantes que causam sofrimento e ansiedade em quem à possui. Algumas pesquisas apresentam que há alterações cerebrais associadas, ou seja, o cérebro de uma pessoa que tem TOC quando comparado ao de uma pessoa que não o tem apresenta regiões de hiperatividade, como por exemplo o tálamo.

Pesquisadores destacam que há prevalência de 1 a 2% de casos de TOC no mundo e cerca de 4 milhões de pessoas portadoras de TOC no Brasil. Além disso, o Transtorno Obsessivo Compulsivo está entre as 10 maiores causas de incapacitação e afetam em demasia a qualidade de vida dessas pessoas. Ainda ressaltam que não há diferença significativa entre a incidência de TOC em homens e mulheres e destacam que a maior parte dos casos acontecem ainda na infância, podendo estar relacionado fatores biológicos, genéticos, psicológicos e ambientais. 

No que se refere à fatores biológicos, está associado à atividades cerebrais, principalmente à impulsos corticais, o que gera hiperatividade talâmica e faz com que o indivíduo não consiga parar de dar atenção à preocupações que aparentemente são insignificantes. Pacientes diagnosticados com TOC manifestam dificuldade na inibição de conteúdos relacionado à repetições e obsessões. Além disso, pode afetar à memória, a atenção, a vigilância e a impulsividade.

Mas como perceber os tais pensamentos e comportamentos obsessivos e compulsivos? Existem as dimensões dos sintomas, visto que estes variam de modo amplo entre as pessoas. Assim, alguns temas podem ser identificados como citam os pesquisadores Silva & Maia, tais como: limpeza e rituais de limpeza com evidencia de medo de contaminação; obsessões de simetria e compulsões de repetição, ordenação e contagem; pensamentos proibidos (caracterizados por obsessões agressivas, sexuais e religiosas e compulsões), e à dimensão de danos relacionada a pensamentos ou imagens sobre danos que podem acontecer a si ou a outros.

Assim, os sintomas estão mais comumente associados ao que os pesquisadores denominam de “manias”, que são os tais comportamentos repetitivos de limpeza, verificação, pensamentos obsessivos.  É importante ressaltar que, na pandemia, o medo de contaminação pode aumentar os níveis de estresses e intensificar os sintomas psiquiátricos em doenças preexistentes como é o caso do TOC.

Como estratégias de enfrentamento e tratamento estão o processo de reabilitação social, por meio do apoio social do grupo familiar e amigos, o apoio psicológico e o acompanhamento médico, além de atividades que tragam relaxamento e diminuição do estresses e ansiedade, como terapia ocupacional e prática de exercícios físicos. É importante ressaltar que estratégias de enfrentamento em excesso podem gerar mais desconforto, ansiedade e sentimento de culpa.

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