Confronto na Fronteira com a Venezuela faz mais de cem Militares renunciarem

Manifestantes que emigram da Venezuela para o Brasil, jogam pedras contra a Guarda Nacional. Com a confusão na fronteira, muitos feridos foram encaminhados para os hospitais de Roraima

Três sargentos venezuelanos abandonaram, entre a noite de sábado (23) para domingo (24), a Venezuela, para entrarem no Brasil, através da fronteira em Pacaraima – Roraima, onde afirmam estar exaustos da “ditadura de Nicolás Maduro”, que impediu que o país recebesse alimentos e remédios, bloqueando a divisa do país desde a quinta-feira (21), alegando que os produtos seriam levados pela oposição. Os sargentos Jorge Luis González Romero e Jean Carlos Cesar Parra confidenciaram o abandono de seus postos na noite de sábado, após atravessar uma trilha na selva até Pacaraima. Já o sargento Carlos Eduardo Zapata, fugiu no domingo para o Brasil porque “estava cansado de ver seu povo sofrer”.

“Já não podemos aceitar a ditadura de Nicolás Maduro. Nós cansamos disso. Estamos cientes da necessidade do povo da Venezuela. E dispostos a ajudar os companheiros a virem para cá”, explica Romero. 

Os outros 104 integrantes das forças de segurança, escaparam em dois dias, pela fronteira da Colômbia, segundo dados de Bogotá. Todos acreditam que os outros companheiros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) também abandonarão seus postos em breve para pedir refúgio. Os desertores lamentam terem participado da repressão a manifestantes.

Para Cesar Parra, não existe uma deserção em massa, porque os militares temem a perseguição do Exército de Maduro. O contingente total da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e das Forças Armadas somam cerca de 362 mil.

A fronteira da Venezuela com a cidade de Pacaraima, no Brasil, reviveu momentos tensos no último domingo (24), quando os militares da Guarda Nacional da Venezuela jogaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra seus compatriotas que moram em Roraima e que também atacaram com pedras, bombas de gasolina e pneus queimados.

Após o confronto, policiais brasileiros formaram um cordão de segurança, cujo objetivo era não permitir que manifestantes ficassem próximos do lado venezuelano.

O Ministério da Defesa Brasileiro, através de uma nota divulgada no dia 24, esclareceu que negociações com os militares fizeram os venezuelanos concordarem em retirar três veículos antidistúrbios da linha da divisa e os brasileiros prometeram conter os manifestantes.

O opositor Venezuelano Emílio González, prefeito de Gran Sabana, cuja capital é Santa Elena, localizada a cerca de 15 quilômetros da fronteira com o Brasil, sinalizou que os corpos de 25 pessoas em confronto com militares e milícias pró-governo da Venezuela foram retirados de sua região administrativa. Emílio fugiu no domingo para o Brasil depois que civis de sua cidade foram agredidos por militares.

Segundo o prefeito, três mil militares e milicianos chegaram em Santa Elena no sábado à tarde. Ele afirma que o número de mortes deve aumentar à medida que a prefeitura consiga retirar os corpos, sendo a maioria encontrada em locais desertos.

Já a ONG Foro Penal relatou que nove Indígenas Pemón da comunidade Kumarakapay estão desaparecidos em Gran Sabana.

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