CBH da Baía de Guanabara investe R$ 10 milhões para ampliação do programa de monitoramento da qualidade da água

Foto: Pixabay

Objetivo é mapear a origem da poluição e quantificar a carga poluidora a fim de aprimorar a gestão e os investimentos realizados no território pelo Comitê

Segundo relatórios do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), no dia 22 de setembro, todas as praias oceânicas de Niterói e da zona sul do Rio estavam próprias para banho. O destaque vai para a Praia de Botafogo, que apresentou uma boa balneabilidade, que é o parâmetro da qualidade das águas destinadas para recreação, de acordo com a densidade de coliformes fecais encontrados nela. O número mais provável (NMP) de coliformes identificados na praia caiu de 16.000 para 790 a cada 100 ml em um dos pontos monitorados em 2022.

A novidade apontada pelos últimos boletins de balneabilidade do instituto pode ser associada às recentes obras de saneamento no estado e à falta de chuva nos últimos dias. As boas notícias também alcançam o interior da Baía de Guanabara, como o registro de um cavalo-marinho da espécie Hippocampus reidi, na Ilha das Palmas, e a visita de 600 botos-cinza vindos da Ilha Grande. Pesquisadores têm a esperança de que parte deles, muitas fêmeas com seus filhotes, tenham ficado na Baía da Guanabara para auxiliar no aumento da população de botos.

Além disso, a melhoria das condições dos mananciais permite que a população fluminense tenha acesso à água de qualidade para as atividades essenciais do dia a dia. Isso só é possível por meio de políticas que, além de melhorar a qualidade, visam identificar as causas da poluição da água e buscar soluções de enfrentamento. 

Tendo em vista a execução das políticas em prol da melhoria das condições da água, o Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara) investirá R$10 milhões para a ampliação dos estudos ambientais e de monitoramento da qualidade da água. O objetivo é buscar a origem da contaminação e da poluição da água na região. 

Neste novo estudo serão monitorados pontos do espelho da água da Baía de Guanabara e da foz dos rios e canais que desaguam nela. Ao todo, serão medidos 78 parâmetros de qualidade da água, com coletas periódicas de amostras e análises laboratoriais, de acordo com parâmetros de qualidade da água, além do serviço de monitoramento por satélite de acompanhamento do crescimento de flora nociva. 

A diretora-presidente do CBH Baía de Guanabara, Adriana Bocaiuva, ressalta a importância da ação para a tomada de decisão e hierarquização dos investimentos previstos em prol da recuperação da bacia. “O monitoramento da qualidade das águas é instrumento fundamental para gestão de recursos hídricos, sem o qual não podemos nortear nosso planejamento. A ampliação desse instrumento em nossa região hidrográfica subsidiará o debate sobre enquadramento dos corpos hídricos e o dimensionamento dos investimentos para alcançarmos as metas pactuadas.”

A previsão é que o edital para a contratação do serviço seja aberto em novembro para início dos trabalhos em abril de 2024, com contrato de duração de 18 meses. 

Sobre o comitê

O Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara) promove a gestão dos recursos hídricos na Região Hidrográfica V (RH-V), que abrange 17 municípios que circundam a Baía de Guanabara, de forma democrática e participativa, entre representantes do Poder Público, dos Usuários – instituições que promovem atividades que fazem uso da água – e da Sociedade Civil. 

A sua organização teve início a partir de iniciativas da sociedade civil e dos usuários da água, sob o apoio do poder público, e remonta o início dos anos 2000. Foram formadas duas Comissões, uma para cada lado da Baía de Guanabara, sendo elas: Comissão Pró-Comitê do Leste da Guanabara e a Comissão Pró-Comitê do Oeste da Guanabara. Paralelamente, em 2000, houve a fundação dos Comitês Gestores da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, e de Itaipu-Piratininga, em Niterói. 

Em 2005, o Governo do Estado do Rio de Janeiro instituiu oficialmente, por meio do Decreto Estadual nº 38.260 de 16 de setembro de 2005, o Comitê da Baía de Guanabara. Em seguida, o comitê se organizou em subcomitês para aproximar a gestão hídrica dos territórios das 6 Sub-regiões Hidrográficas: Oeste, Leste e dos Sistemas Lagunares Maricá-Guarapina, Itaipu/Piratininga, da Lagoa Rodrigo de Freitas e de Jacarepaguá. Visite nosso site para conhecer o nosso trabalho. 

Deixe o seu comentário

Comente

Seu e-mail não será publicado.


*