Audiodescrição ao vivo e App de acessibilidade ampliam inclusão para pessoas com deficiência visual no Rock in Rio 2019

Novidades no festival, serviço de audiodescrição ao vivo da All Dubbing Estúdio e o aplicativo Veever tornam espetáculo inclusivo para cegos e pessoas com baixa visão

Com o objetivo de oferecer experiências inesquecíveis para todos os públicos, o Rock in Rio vem investindo em um formato com maior acessibilidade desde a edição de 2017. Para esta edição, a ideia é tornar a experiência da Pessoa com Deficiência (PCD) ainda melhor com um plano de rotas, plataformas e interatividade, possibilitando o máximo aproveitamento de cada atração da Cidade do Rock. As grandes novidades ficam por conta da audiodescrição ao vivo, no Palco Mundo e no Fuerza Bruta, e da oferta gratuita do App Veever, que auxiliará pessoas com deficiências visuais na orientação pelas diversas atividades do festival.

O analista de sistemas Leonardo Teixeira, de 38 anos, deficiente visual, é fã do Rock in Rio. Ele acredita que ter um festival preocupado com a acessibilidade faz toda a diferença para quem precisa dela e para o mundo atual. “No caso do Rock in Rio este ano, essa feliz união da tecnologia e a acessibilidade humana, por meio da audiodescrição, vai ser sensacional e fazer a diferença nesta edição do festival”, comenta Leonardo. 

Para as pessoas com baixa visão ou cegas, a audiodescrição, que é tradução das imagens em palavras, torna a experiência mais imersiva. O Rock in Rio é considerado um festival de música muito visual. A cada edição mais elementos e novas atrações são adicionadas e a acessibilidade também faz parte dessa expansão. Há também audiodescrição das atrações do parque através do aplicativo do Rock in Rio.

“Um evento deste porte com acessibilidade ajuda a encorajar e mostrar que acessibilidade é mais que uma questão legal, é questão de cidadania. O objetivo é diluir a percepção externa da deficiência até que tenhamos um ambiente onde esta não é “sentida”. Acessibilizar, seja qual for o produto ou evento, é uma grande responsabilidade e certamente um gigantesco desafio”, comentam Ana Lúcia Motta e Patrícia Saiago, especialistas em acessibilidade audiovisual da All Dubbing Estúdio.

Além do serviço de audiodescrição, a tecnologia de microlocalização, operada por meio da instalação de beacons, será utilizada pela primeira vez em um festival. O App Veever, disponível para download gratuito do usuário, fornecerá informações de dentro da Cidade do Rock de forma a orientar pessoas com deficiência visual. O aplicativo também tem a função de descrever o ambiente próximo do celular. O usuário que se aproximar do Palco Mundo, por exemplo, poderá conferir as próximas atrações e saber mais sobre a estrutura do espaço via audiodescrição. Outra função permite saber o que está instalado em cada área, basta posicionar o celular na direção desejada para verificar onde estão os banheiros ou área de alimentação. Para usar o serviço, é preciso instalar o Veever e mantê-lo aberto durante a permanência no evento. Não é necessária conexão com a internet.

Pisos e mapas táteis também serão instalados em locais estratégicos, indicando onde cada atração está localizada. Para quem quiser curtir os shows do Palco Mundo ou o espetáculo do grupo argentino Fuerza Bruta, basta adquirir o serviço de audiodescrição ao vivo e no App de acessibilidade.

A partir de dispositivos instalados em locais de acesso público, o aplicativo mobile reconhece a proximidade de determinados pontos previamente cadastrados e emite comandos de voz que direcionam usuários cegos ou com baixa visão. Criado em Curitiba, essa será a primeira vez que o Veever será usado em uma atração cultural de grande proporção, como o Rock in Rio. “Localizar o palco, banheiros próximos ou área de alimentação e saber a direção e distância a ser percorrida será muito mais fácil com a ajuda do Veever”, comemora João Pedro Novochadlo, sócio-fundador do App.

Acessibilidade para cadeirantes e surdos

Além disso, as plataformas dos palcos Mundo, Sunset e do novo espaço New Dance Order vão garantir boa visibilidade das apresentações e estarão acessíveis desde a abertura dos portões até o encerramento das atrações. Nesta edição, o espaço dedicado ao Palco Mundo, que apresenta lotação completa durante todos os dias de festival, será ainda maior. No Espaço Sinta o Som, plataforma próxima às caixas de som do mesmo palco, será possível sentir a vibração dos equipamentos, fazendo com que a música seja experimentada para além da audição. O evento conta ainda com intérprete em libras, inclusive em alguns shows.

O público PCD também pode vivenciar as experiências dos brinquedos da Cidade do Rock. Para os cadeirantes, a roda gigante conta com uma cabine acessível. Já a tirolesa usa uma cadeira motorizada para facilitar a subida das escadas da torre. A montanha-russa e o mega drop também terão cadeiras que vão auxiliar no acesso. Outra atração que está de volta é o jogo de realidade Livre Go. Sucesso no Rock in Rio 2017 e na Game XP 2018, ele permite que os participantes com e sem deficiência se enfrentem em uma corrida com o Kit Livre. Seja qual for a escolha, a diversão está garantida.

Para facilitar a locomoção entre as principais atrações do Rock in Rio, os carrinhos de golfe com rampa e espaço para cadeiras de rodas podem ser solicitados. A Cidade do Rock foi estruturada com 22 banheiros acessíveis e unissex de uso exclusivo para pessoas com deficiência. Todos os restaurantes contam com balcões rebaixados para atendimento prioritário– na Gourmet Square, serão oferecidas mesas exclusivas.

Durante o Rock in Rio, também será disponibilizado um serviço de transporte exclusivo ao público PCD e um acompanhante, saindo da estação BRT e do Shopping Metropolitano Barra em direção ao festival. Quem tiver o cartão de estacionamento para vagas especiais pode solicitar entrada no estacionamento exclusivo via e-mail: acessibilidade@rockinrio.com.

O centro de serviços PCD vai ser o ponto de informações, apoio e atendimento ao segmento nos dias de festival. Nele estarão a oficina para reparar possíveis danos em cadeira de rodas; o ponto de retirada do Kit Livre, equipamento que se adapta a cadeira de rodas, tornando-se um triciclo elétrico; a base de empréstimo de cadeira de rodas e o ponto de apoio para cão guia. Todos os serviços são gratuitos. 

O projeto para esse público tem como objetivo não só garantir a acessibilidade no espaço físico da Cidade do Rock com conforto e segurança, mas também proporcionar uma experiência única para a pessoa com qualquer tipo de deficiência ou mobilidade reduzida. São classificados como PCD usuários de cadeira de rodas, deficientes físico, auditivo, visual e intelectual. A equipe também é instruída para dar suporte à outras necessidades especiais, como gestantes, idosos, lactantes, obesos e pessoas com mobilidades reduzidas.

A solicitação de atendimento diferenciado será feita no momento do cadastro do ingresso, no qual cada pessoa deve especificar a necessidade para que a organização do evento possa se preparar previamente para atender às solicitações. Durante o festival, o público PCD receberá uma pulseira de identificação que permitirá o acesso às plataformas, aos banheiros de uso exclusivo e às filas prioritárias nos brinquedos.

O festival acontecerá nos dias 27, 28 e 29 de setembro e 03, 04, 05 e 06 de outubro de 2019 na Cidade do Rock, no Parque Olímpico – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Informações pelo https://rockinrio.com/rio/pt-BR/informacoes/.

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