Vamos cuidar do nosso corpo e proteger a nossa mente

Por Charles Lopes*

Uma das coisas mais importantes de nossa vida é estar bem com a gente mesmo. Para estarmos bem precisamos entender claramente como reagimos às exigências que o mundo a cada dia nos cobra, o modo como harmonizamos nossos desejos, ambições, ideias e emoções. Esta harmonia traduz o estado de uma pessoa como saudável mentalmente.

Precisamos de ajustes, precisamos estar preparados para lidar com as emoções positivas e negativas. Investir em estratégias que possibilitem o equilíbrio das funções mentais é muito importante. Como agimos e reagimos ao convívio social e o resultado de nossas reações podem caracterizar se estamos saudáveis ou não.

Uma das coisas que mais nos preocupa é o grande preconceito que sempre existiu e ainda persiste nos dias de hoje em relação às doenças mentais e emocionais. Pessoas diagnosticadas com algum tipo de transtorno têm sempre a reação para o tratamento como “não sou louco, não preciso disso”. Ou, pior, pessoas que agem e reagem de forma diferente do que se padronizou como normal são levadas ao afastamento e ao isolamento social.

Este é um tema de diversas publicações na psicologia, mas há dois pontos aos quais quero me ater. O que é saúde mental e o que fazer para alcançá-la. 

A primeira visão equivocada é gerada pelo fato de que o diagnóstico de saudável pelos exames laboratoriais faz com que tenhamos dificuldade de entender que isto não quer dizer que não temos nenhum tipo de patologia. Além disso, ser diagnosticado com um transtorno mental, principalmente em crianças e adolescentes, leva a uma enorme culpa das famílias, que acabam escondendo estas pessoas. E o próprio paciente se isola.

Veio a pandemia e o que encontramos hoje? A depressão e a ansiedade são algumas das reações mais comuns desta nova sociedade, que tem que conviver com máscaras, distanciamento social e negações por todas as partes. O interessante é que mesmo com esta realidade não temos pessoas internadas por esses motivos. Temos sim uma sociedade assustada, mas que mesmo com todos estes sentimentos, trabalha e estuda, sem que este convívio chame qualquer atenção.

Mas não podemos simplesmente negar e fechar os olhos, precisamos observar ao nosso redor o que não está bem e sinalizar. O desemprego disparou e evidentemente ele agrava em muito todos os sentimentos ruins que passam em nossas mentes, o feminicídio e a violência doméstica estão fora de controle. Pode parecer que não, mas tudo o que gera ansiedade e angústia está diretamente ligado. Descarregamos nos outros e principalmente nos que estão próximos. Descarregamos nossas frustrações e os nossos desesperos. 

O segundo ponto e mais importante é como manter a saúde mental? Mente e corpo trabalham como uma equipe. Um remador não pode remar para um lado e o outro para o outro. O barco não sai do lugar ou anda em círculos. O autocuidado é fundamental. Saber distinguir o que é necessário ser feito e o que realmente nos dá prazer. Criar momentos em que posso realizar minhas tarefas e momentos onde me preocupo com o que me satisfaz.  

Desconecte-se dos celulares, não crie mais uma preocupação com as redes sociais, principalmente à noite, pois seu sono é fundamental, é ele que irá reparar todas as suas necessidades de descanso. Crie formas de alimentação saudável, sem ter que ficar neuroticamente controlando o que come. Uma alimentação balanceadas ajuda em todos os sentidos. 

Atividades físicas, atividades de respiração e cuidados com sua mente e corpo, espiritualidade, relacionamentos, contato com a natureza e observar a si mesmo e os que nos cercam. Qualquer sinal, qualquer percepção de que algo não está bem, ter a coragem de buscar ajuda ou de orientar aos que nos cercam a buscar ajuda. 

Cuide-se sempre e, como diz a frase, “faça pelos outros o que você realmente gostaria que fizessem por você”. 

Um saudável 2021 para todos!

*Autor: Charles Lopes é formado em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica e sócio-diretor da B2Saúde Consultoria, empresa presente no mercado de seguros há mais de 20 anos que é especializada em gerenciar o relacionamento das empresas com os planos de saúde.

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