Grupo de sindicatos do Setor Metal Mecânico lança linhas de créditos para socorrer pequenas e médias empresas

Programa é uma parceria com o Sicoob Cecremef e atende demandas de quem não consegue acesso ao crédito por meio de programas oficiais do governo

Desde o início da pandemia, pequenas e médias empresas têm sentido dificuldade no acesso ao crédito. Pensando nisso, o Grupo Metal Mecânico do Estado do Rio de Janeiro (GMM), associação que reúne os sindicatos do setor, anunciou uma parceria com o Sicoob Cecremef para fornecer novas linhas de crédito que não dependam diretamente do governo. A iniciativa busca ajudar pequenas e médias empresas associadas na transição para o “novo normal” da economia, levando em conta as necessidades do setor.

O pacote especial de ajuda financeira inclui financiamento para a produção industrial por meio de recursos para adquirir materiais e demais insumos com limite máximo de 70% do valor líquido a receber, além de prazo de até 180 dias para pagamento e juros de 1,09% ao mês. Para reforçar o fluxo de caixa, o programa possibilita a antecipação de recebíveis de duas maneiras: com cobrança, em que o recebimento acontece por meio de boleto bancário emitido no Sicoob Cecremef; e por nota fiscal eletrônica, com comprovação de recebimento pelo cliente e registro de pagamento na conta corrente da instituição financeira.

Para ajudar empresas na obtenção de capital de giro e no cumprimento de suas obrigações fica disponível, ainda, um crédito com taxas de 0,89% a 1,59%, em até 24 meses e com carência de até 90 dias. À frente do Sindicato das Indústrias Mecânicas e de Material Elétrico do Município do Rio de Janeiro (SIMME), a empresária Erica Machado de Melo reforça que a indústria vive de produtividade e que uma vez que o crédito não chega às empresas em momentos de crise como o que vivemos, essa produção e a consequente retomada da economia ficam prejudicadas.

“A questão é que poucos se atentam para o fato de as grandes empresas receberem um ‘grau de investimento’, ou seja, são identificadas pelas instituições como sócias. Já as pequenas são vistas como detentoras de ‘graus de endividamento’ e não têm acesso a gestores de fundos, por exemplo. O relacionamento é apenas com o gerente de conta, que não tem o conhecimento necessário para entender o negócio de quem busca o crédito”, explica Erica.

Segundo a especialista, isso faz com que negócios menores ofereçam risco mais alto, ainda mais em tempos de incertezas institucionais como as que vivemos. Assim, não resta outra saída senão conceder o crédito, porém, com o aumento de exigências por garantias e de custos operacionais. “E a pergunta do pequeno empresário, em meio a tudo isso, é uma só: eu tenho boletos a pagar. Terei acesso ao crédito ou não?”, indaga a empresária.

Por meio da parceria com o Sicoob Cecremef, a presidente do SIMME espera reafirmar o papel dos sindicatos patronais em direcionar as pequenas indústrias e orientá-las quanto aos caminhos possíveis de acesso.

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