Agora é lei: tombamento do Canecão é revogado

Foto: Divulgação

Foi sancionada pelo governador Wilson Witzel e publicada no Diário Oficial do Executivo, na quinta-feira (27/06), a Lei 8422/19, que revoga a Lei 3267/99 e cancela o tombamento da casa de shows Canecão, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. De acordo com os autores do texto, deputados André Ceciliano (PT) e Rodrigo Amorim (PSL), além de devolver o equipamento cultural à população, a proposta vai colaborar para que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), administradora do espaço, arrecade novas receitas.

Ceciliano afirmou que a UFRJ tem um projeto de ocupação das áreas da universidade que está sendo acompanhado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “A proposta é ceder cerca de 450 mil metros quadrados em áreas da Universidade e, em contrapartida, será criada uma casa de espetáculos de 1.500 lugares, além de investir no hospital universitário e na construção de mais equipamentos para a própria universidade”, destacou.

Segundo ele, o projeto aprovado pela Alerj favorece essa iniciativa do BNDES, que vai buscar parceiros para ocupação de áreas da UFRJ por 50 anos. “Ao final desse período, a área volta a ser patrimônio da universidade. Hoje votamos para revogar o tombamento em favor da construção no local de uma nova casa de espetáculos, que pode se chamar Canecão ou não, que pode ser administrada pela UFRJ ou não, mas o que a gente quer é que aquela área seja ocupada o mais rápido possível”, afirmou o presidente da Alerj.

Amorim acredita que o tombamento é um obstáculo ao desenvolvimento do estado. “Não se pode fazer nenhuma reforma, nenhuma modernização. Então o primeiro passo que a Alerj dá para devolver o Canecão para o povo do Rio de Janeiro é destombar o espaço”, explicou.

O PROJETO:

A diretora do projeto de valorização dos ativos imobiliários e coordenadora de relações externas da UFRJ, Nadine Borges, defendeu o projeto e disse que a instituição pretende fazer uma licitação, onde a principal contrapartida será a construção de um equipamento cultural sob gestão e governança da universidade.

“O tombamento impedia que a gente fizesse qualquer negócio naquela área. A ideia é devolver um equipamento cultural para a cidade. A UFRJ vai ceder alguns terrenos e como contrapartida a empresa ganhadora da licitação vai ter que construir um equipamento cultural, além de um alojamento para mais de mil estudantes, três restaurantes na Ilha do Fundão que, somados ao refeitório da Praia Vermelha, servirão oito mil refeições por dia. Uma possibilidade real de incrementar a assistência estudantil, considerando o perfil socioeconômico dos nossos alunos”, explicou Nadine.

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