Projeto de fabricação de Face Shields busca parceiros para atender profissionais de saúde da Região Serrana

Meta é produzir 10 mil máscaras, mas falta de insumos pode atrapalhar planos de levar EPIs a médicos de outras cidades da região

O projeto responsável pela fabricação e entrega de 2 mil máscaras aos profissionais e unidades de saúde de Nova Friburgo está buscando novos parceiros para ampliar o número de cidades atendidas. A meta é que sejam produzidas 10 mil máscaras, mas para alcançar este número é preciso ter acesso a insumos em falta no mercado.

Os protetores faciais são compostos por três partes: a faixa de fixação, o suporte e o visor e, feitos em material plástico transparente, já em falta nas lojas especializadas da região. São necessárias doações de material Pet, PetG, policarbonato ou acetato em bobinas ou chapas com espessura entre 0,1mm e 0,5 mm e largura mínima de 1,05 metro. Plástico ABS para injeção de peças também é aceito, assim como caixas de papelão.

Segundo o coordenador logístico do projeto, Lucas Lima, para atender aos muitos pedidos que chegam diariamente será preciso contar mais uma vez com apoiadores e parceiros. “Com a chegada da indústria conseguimos dar escala na fabricação dos suportes com produção de até 2 mil unidades por dia. Mas não conseguimos seguir o mesmo ritmo com os visores cortados a laser, já que há falta de produtos em estoque. Por isso, para atender nosso desejo de doar protetores faciais para os médicos e enfermeiros de outras cidades será preciso mais material”, esclarece.

As face shiels cobrem todo o rosto e se tornaram um item de proteção essencial para os profissionais de saúde, já que evita o spray de espirros ou tosse de pacientes. Máscaras menores, mas com o mesmo objetivo, também tem sido usadas pela população.

“Este é importante equipamento que protege o socorrista e a vítima sendo item indispensável neste momento. Nossa eterna gratidão ao projeto Face Shield Nova Friburgo. O que mostra que não estamos aqui sozinhos”, diz a mensagem do 6º Grupamento de Bombeiros Militar.

O projeto sem fins lucrativos foi criado por pesquisadores e professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e Universidade Federal Fluminense (UFF), além do empresário Matheus Raposo da Persona 3D. Hoje o grupo reúne outras instituições de ensino e indústrias, além da Firjan SENAI que abriu as portas de seus laboratórios FabLab para o desenvolvimento e fabricação dos equipamentos. Com a chegada de mais parceiros, o projeto ganhou escala e, por isso, já conseguiu distribuir mais de 2 mil máscaras a diversos profissionais, hospitais e outras instituições ligadas à saúde em Nova Friburgo.

“Estamos precisando de apoio para proteger aqueles que nos protegem”, ressalta Lucas. No mundo todo, a preocupação com a contaminação das equipes de saúde é enorme. Os números variam, mas a estimativa é de que entre 4% e 15% dos contaminados são profissionais de saúde.

A rede colaborativa ai até o Sul Fluminense onde 3 mil viseiras serão doadas ao FabLab da Firjan SENAI de Resende. Lá serão produzidos outros componentes para que as máscaras sejam entregues aos hospitais da região. Outras 3 mil também serão enviadas para Alagoas. “Onde não é possível doar as máscaras queremos buscar parceiros para que possam produzir os equipamentos usando as especificações. Este é um projeto de código aberto que está disponível para outros makers que queiram produzir para si ou para ajudar outras pessoas”, garante Lima. Todas as informações estão no site disponíveis no site https://faceshieldnovafrib.wixsite.com/faceshieldnovafrib.

Grupo desenvolve escudo físico

Além das máscaras, os pesquisadores liberadores pelo professor Edgar Poiate pensaram em um equipamento capaz de contribuir para um dos momentos mais críticos e de grande exposição das equipes médicas, a intubação.

A Box Shield é um escudo físico para intubação oro-traqueal (IOT). A caixa de acrílico permite o acesso do médico ao paciente, mas bloqueia gotículas e reduz os riscos de contaminação. O uso não é comum em UTIs, mas com o alto grau de contágio, o equipamento de barreira tem se disseminado no mundo. A caixa de intubação e extubação complementa os equipamentos de segurança dos profissionais de saúde, como máscara, gorro, capote e as face shields.

Duas unidades feitas no FabLab da Firjan SENAI já foram doadas ao Hospital Raul Sertã e ao Hospital Maternidade Dr. Mario Dutra de Castro, ambos em Nova Friburgo.

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