Em tempos de serviço on-line, síndicos se equilibram entre o digital e o analógico

A pandemia fez com que os serviços digitais entrassem de vez na vida das pessoas. Hoje, quase tudo pode ser feito on-line, desde compras e paqueras a consultas médicas, confraternizações e até mesmo velórios. Os condomínios passaram por uma revolução com a entrada em campo de grupos de WhatsApp e assembleias virtuais. Muitas administradoras desenvolveram aplicativos, onde se pode ter acesso a boletos, balancetes, documentos e informes. O gerente de Novos Negócios da Cipa, Bruno Queiroz, acredita que esse foi um grande desafio para as empresas que atuam no setor, que sempre foram muito conservadoras.

– A Cipa sempre investiu muito em tecnologia, bem antes da pandemia de Covid. Com a chegada do vírus, conseguimos dar uma boa resposta aos nossos clientes, pois já tínhamos essa expertise. O que fizemos foi aprimorar ainda mais esses canais. Chegamos a criar um game simulando a administração de um condomínio, ambientado num grupo de WhatsApp, o WhatsCipa. Temos ainda o APP Cipa Condomínios, com a assistente virtual Maria– explica Queiroz.

Segundo ele, muitos síndicos, mesmo os mais refratários ao uso da tecnologia, tiveram de se adaptar a esse novo contexto.

– Muitos ainda são apegados ao papel, a entrega de malotes. Nós respeitamos isso e mantemos esse fluxo sem problema algum. Mas, mesmo estes, em algum ponto, acabam aderindo às facilidades que a tecnologia traz. A vida digital ajuda a otimizar e organizar a complexa administração de um condomínio – ressalta o representante da Cipa.

Um bom exemplo dessa ambiguidade é o síndico Hélio Szafran, que administra o condomínio J.Rosemblit, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Szafran fez uma combinação entre o analógico e o digital como uma saída para manter uma boa gestão condominial.

– Em relação à prestação de contas, prefiro o impresso, pois acho o manuseio mais fácil e prático. Quanto ao envio dos balancetes, uma parte dos moradores prefere em papel e outra no formato digital. Já as reuniões de condomínio são realizadas pela plataforma online – revela Szafran, acrescentando que a implantação da portaria virtual trouxe uma economia de 40% na cota condominial.

A síndica profissional Aimée Suellen já é adepta 100% das vias digitais. Ela, inclusive, administra o condomínio Carioca Digital, na Zona Norte do Rio. 

– Me considero uma síndica digital. Com o aplicativo, conseguimos resolver tudo de forma mais ágil, em tempo real. Antes, qualquer problema tinha de ser resolvido presencialmente. A tecnologia é uma grande aliada da gestão condominial.

Aimée explica que tenta mostrar aos moradores mais arredios à tecnologia as facilidades do aplicativo e como as respostas podem ser obtidas de forma mais rápida utilizando a ferramenta.

– Temos de ser flexíveis, pois todo condomínio é plural e precisamos atender e entender todos os moradores – resume.

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